Era a Chapeuzinho Vermelho.
Mas ela estava diferente.
Após a confusão com o Lobo Mau, tornou-se obediente.
A mãe pediu que a menina levasse bolinhos de chuva para a vovozinha.
- Não se desvie do caminho reto, filhinha! – alertou a mãe.
- Pode deixar, mamãe, eu aprendi a lição! – respondeu a menina.
E a menina saiu caminhando e cantando pela floresta.
- Lá, lá, lá, lá, lá, lá!
E, quando ela cantava, parecia até que as crianças do mundo inteiro cantavam com ela!
De repente, ela sentiu um cheiro maravilhoso de flores no ar.
- Nossa, que perfume! – exclamou a menina.
Ela avistou lindas flores.
Sentiu uma vontade colhê-las, mas elas estavam em um local distante da trilha que estava seguindo e a menina se lembrou das advertências da mãe.
- Não, não devo me desviar do caminho reto... – refletiu a menina.
E seguiu seu caminho.
Então, encontrou um velhinho caído bem à sua frente. Ele pedia ajuda e Chapeuzinho Vermelho pegou seus óculos e sua bengala para que o idoso se levantasse. Eles se tornaram amigos.
E a menina saiu caminhando e cantando pela floresta.
- Lá, lá, lá, lá, lá, lá!
E, quando ela cantava, parecia até que as crianças do mundo inteiro cantavam com ela!
De repente, Chapeuzinho Vermelho ouviu o ruído de uma fonte de água pura e cristalina.
- Nossa, que sede! – exclamou a menina.
Sentiu uma vontade de beber um pouco de água, mas a fonte estava distante da trilha que estava seguindo e a menina se lembrou das advertências da mãe.
- Não, não devo me desviar do caminho reto... – refletiu a menina.
E seguiu seu caminho.
Então, ela encontrou a verdureira que vendia couve para sua mãe. Ela estava triste e Chapeuzinho Vermelho a consolou. Elas se tornaram amigas.
E a menina saiu caminhando e cantando pela floresta.
- Lá, lá, lá, lá, lá, lá!
E, quando ela cantava, parecia até que as crianças do mundo inteiro cantavam com ela!
De repente, ela avistou pássaros e se admirou.
Sentiu uma vontade de se juntar a eles, mas os passarinhos estavam muito distantes da trilha que ela estava seguindo e ela se lembrou das advertências da mãe.
- Não, não devo me desviar do caminho reto... – refletiu a menina.
E seguiu seu caminho.
Então, ela encontrou um menino maltrapilho à sua frente.
Ele estava com fome e Chapeuzinho Vermelho lhe deu a cesta com os bolinhos de chuva. Eles se tornaram amigos.
E a menina saiu caminhando e cantando pela floresta.
- Lá, lá, lá, lá, lá, lá!
E, quando ela cantava, parecia até que as crianças do mundo inteiro cantavam com ela!
Até que a menina chegou à casa da vovó.
Elas se abraçaram.
A vovozinha passou a cuidar de animais doentes.
Elas estavam muito felizes.
- Vovó, que boca linda que você tem!
- É para dizer coisas boas...
- Vovó, que orelhas lindas que você tem!
- São para ouvir o desabafo dos que sofrem...
- Vovó, que olhos lindos que você tem!
- São para ver as maravilhas que Deus criou...
- Vovó, que mãos lindas que você tem!
- São para trabalhar no Bem...
E a história termina, sem nem sinal de lobo.
Afinal, Chapeuzinho Vermelho obedeceu.
E cresceu!...
segunda-feira, 29 de outubro de 2012
segunda-feira, 22 de outubro de 2012
Essas crianças dentro de mim!... (Ao meu filho Vítor)
Ângelo
Harpeiro.
Arteiro.
Gosta de uma prosa.
E de versos.
Do avesso.
Travesso.
Meu remeleixo!
Branca
Bruxinha.
Com vassoura de condão.
Caldeirão de brigadeiro.
Chapéu de jornal.
Sapato sem cristal.
Minha maioral!
Clara
Índia.
Sem oca.
Mora na lua
Crescente
Dentro da gente.
Avoada.
Minha adorada!
Domingos
Ama as férias.
Faz misérias.
Rabisca.
Cheira faísca.
Adora dar nó!
Meu xodó!
Estela
Pidona.
Mandona.
Caipirona?
Se acha bobona,
mas é dona...
de sorrisos
e de caretas.
Uma senhora bochecha!
Minha sertaneja!
Florbela
Sapeca.
Carinha de boneca.
Levada da breca.
Adora uma peteca,
uma caneca.
Tira meleca...
Eca!
Minha moleca!
Glória
Vive na minha memória.
Gulosinha.
Pipoca, bolacha.
Cerejinha.
Vive na cozinha.
Minha princesinha!
Hilário
Tem fama de otário.
Forte que nem armário.
Sensível.
Incrível.
Invejável.
Meu pequeno notável!
Imaculada
Cor de jabuticaba.
Mulata.
Da pá virada.
Birrenta.
Menta.
Colorida.
Minha querida!
Justina
Nina
bichinhos de pelúcia.
Radiante.
Tem medo de elefante.
Uma pitada
de gracinha.
Minha fofinha!
Luna
Inteligente.
Bonita, sabida.
Crescida.
Adora mágica,
Palhaços, abraços!
Menos boatos.
Brilhante.
Minha debutante!
Margarida
Vive numa cadeira de roda,
Sempre na moda.
Vestido amarelo,
Chinelo.
Laço de fita,
Bonita.
Minha vida!
Natalina
Fresquinha.
Metidinha.
Unha pintadinha.
Batom rosa.
Não gosta de coça,
Ou tapas no bumbum.
Prefere bombom.
Na perna, tem uma pinta.
Minha linda!
Omar
Dengoso.
Manhoso.
Fanhoso.
Não gosta de dentista.
Artista.
Desenha heróis,
caubóis,
carrinho.
Meu ursinho!
Plácido
Goleiro,
Futeboleiro.
Zagueiro.
Fagueiro.
Gosta do Pinóquio,
E de ócio!
Moço.
Meu colosso!
Querubim
Não gosta de passarinho,
Na gaiola!
Olha, olha, olha.
Curioso.
Perguntador.
Desliga esse motor!
Meu amor!
Rosa
Quieta.
Adora uma bicicleta.
Usa óculos,
Ama ósculos!
Tem complexo,
Precisa de amplexo!
Magrinha.
Minha bailarina!
Serena
Leitora.
Compositora.
Adora cantigas de roda,
Corda.
Cheira alecrim,
E jasmim.
Lindona.
Minha dona!
Tatiana
Marciana,
Coração no espaço.
Cabeça na lua.
Menina de rua.
Cheira nebulosa,
bem alta.
Minha astronauta!
Úrsula
Adora miojo , ovo.
Cabelos vermelhos,
Olhos negros.
Faladeira,
fofoqueira.
Coleciona cartinhas.
Minha gatinha!
Vítor
Vitória: êêêê!
Bebê.
Presente do Pai.
Neném do papai.
Barrigão,
Blusinha pagão.
Soluço, chutinho.
Meu denguinho!
Wilma
Esperta.
Quase não desperta.
Dorminhoca,
Vive na sua toca.
Pele branquinha,
Minha coelhinha!
Xavier
Cientista.
Tem medo de lagartixa.
Covinha no queixo.
Merece um beijo.
É o maior barato!
Meu caro!
Yara
Caçulinha,
Carente.
Cabelo que não vê pente.
Perna ralada,
Não gosta de salada.
Minha iluminada!
Zélia
Curte geléia.
Pão com mortadela.
Gosta do vento,
Dos cometas e do tempo.
Brinca de ser gente grande,
Cinderela deslumbrante!
Quanta beleza,
Minha duquesa!
sexta-feira, 19 de outubro de 2012
A ovelha cor-de-rosa
Há muito, muito tempo em um rebanho como outro qualquer, nasceu uma ovelhinha.
Mas não era uma ovelha como as outras, era uma ovelha rosa!
No meio das brancas.
Se fosse uma ovelha negra, teria sido logo expulsa do rebanho, com toda a certeza.
Mas era uma ovelha rosa.
Até simpática.
Por isso, as outras ovelhas decidiram esperar Rosa – era esse o seu nome – crescer, para então expulsá-la do rebanho.
- Não podemos admitir ovelhas que não sejam brancas como a lua no céu! – falou uma ovelhona branca.
Mas Rosa tinha cor de algodão doce, de balão de aniversário, de vestido de menina!
E aprendeu a falar ovelhês antes do tempo, e aprendeu a saltar tão alto que tocava os galhos das árvores verdes, o céu azul, as estrelas prateadas, a lua branca e o sol amarelo.
Rosa cresceu.
Mas era vista como uma mancha.
Como algo que deveria ser removido.
- Que faço para ficar branquinha? – lamentava ela.
Teve ideias.
Rolou na farinha.
Arranjou até tinta branca.
Mas nada dava certo.
E ela acabou sendo expulsa.
Recebeu, ao menos, um desejo de boa sorte e uma recomendação:
- Vá em busca do Rebanho das Ovelhas Rosas...
Algumas ovelhas brancas ironizaram:
- Quem sabe não vira uma pantera cor-de-rosa, hein?
E riram.
Rosa ficou triste.
Deixou de dar cambalhotas com o vento, de mandar beijos para os cometas, de contar as pedrinhas dos caminhos tortos...
Mas resolveu viajar em busca do Rebanho das Ovelhas Cor-de-Rosa.
Andou.
Caminhou.
Caminhou.
Andou.
Até que encontrou o Rebanho das Ovelhas... Azuis.
Elas eram amantes dos Mares da Imaginação e lindamente sonhadoras.
Mas não aceitavam ovelhas que não fossem azuis.
Rosa não desistiu.
Andou.
Caminhou.
Caminhou.
Andou.
Até que encontrou o Rebanho das Ovelhas... Vermelhas.
Elas tinham um coração ousado como o sol nascente em plena linha do horizonte.
Mas não aceitavam ovelhas que não fossem vermelhas.
Rosa não desistiu.
Andou.
Caminhou.
Caminhou.
Andou.
Até que encontrou o Rebanho das Ovelhas... Verdes.
Elas amavam a natureza e eram as melhores amigas do Curupira.
Mas não aceitavam ovelhas que não fossem verdes.
Rosa não desistiu.
Andou.
Caminhou.
Caminhou.
Andou.
Até que encontrou o Rebanho das Ovelhas... Amarelas.
Elas adoravam suco de luz e só se alimentavam de margaridas mágicas.
Mas não aceitavam ovelhas que não fossem amarelas.
Então...
Rosa desistiu.
Não andou.
Não caminhou.
Não caminhou.
Não andou.
Até que avistou, após muito tempo, uma ovelhinha colorida.
Elas se aproximaram.
-Bé-bom bé-dia! – disse Rosa.
- Bé-bom bé-dia! – falou a ovelhinha colorida.
Rosa ficou encantada!
A ovelha tinha as patas cor-de-rosa! A cabeça era azul! O corpo era verde e vermelho! O nariz era lilás! Os olhos marrons e a língua dourada!
- Bé-Sou bé-uma bé-ovelha bé-sem bé-rebanho!- exclamou Rosa.
- Bé-quem bé-tem bé-boca bé-vai bé-a bé-Roma! – baliu a ovelha colorida.
- Bé-não bé-entendi!
- Bé-é bé-um bé-enigma!
No Rebanho das Ovelhas de Roma, tudo era de trás pra frente.
As histórias começavam assim:
- Vez uma era...
A amarelinha começava no céu.
No pique-pega, as ovelhinhas corriam de costas.
Rosa estava intrigada.
Mas o melhor é que se aceitavam ovelhas de todas as cores.
E crianças.
E jovens.
E adultos.
E idosos.
Mas o Rebanho não era bem de Roma, não!
Era de uma ROMA...
Só que de trás pra frente!
Amor.
REBANHO DO AMOR!...
sexta-feira, 12 de outubro de 2012
Meu amigo Baú
Era uma vez uma menina.
Era uma vez um baú.
Era uma vez uma menina e seu Baú.
E eles eram inseparáveis!
E era noite...
E a menina guardava tudo dentro de seu Baú: cadernos, bonecas, livrinhos, jogos, lápis, bichinhos de pelúcia, escovas, vestidos, sapatos, medos, mágoas, tristezas, raivas e...
- Espere aí! Medos, mágoas, tristezas e raivas?!
- E isso se guarda em Baú?...
Não sei... mas que a menina guardava... guardava! E o Baú ia ficando cada vez mais cheio.
E era noite...
E os pais a repreendiam.
- Larga desse Baú, menina! – gritava a mãe.
- Ah, vai logo brincar com seu Baú, vai, menina! – gritava o pai.
E cada vez que a menina levava uma bronca...
Ela guardava seus sentimentos no Baú.
E cada vez que a menina brigava com suas amiguinhas...
Ela guardava seus sentimentos no Baú.
E cada vez que a menina tinha medo do escuro...
Ela guardava seus sentimentos no Baú.
E era noite.
E cada vez o Baú ia ficando mais cheio, mais cheio, mais cheio.
Até que um dia o Baú encheu de vez. Não cabia mais nada!
Nem uma raivinha, nem uma bonequinha.
Nem uma tristezinha, nem uma escovinha.
Nem um medinho, nem um sapatinho.
E era noite.
E a menina teve que pedir ajuda à mãe.
- Vamos arrumar esse Baú, filha? – propôs a mãe.
E a menina e a mãe começaram a pôr ordem no Baú. Mas era muito trabalhoso!
E o papai começou a ajudar.
E a vovó começou a ajudar.
E o vovô começou a ajudar.
E os tios e as tias resolveram colaborar.
E os priminhos e as priminhas resolveram colaborar.
E os amiguinhos e as amiguinhas resolveram colaborar.
Veio até uma tal de terapeuta.
E o Baú ficou mais leve, mais leve, mais leve.
Os medos diminuíram... Da mágoa não se ouviu mais falar... A tristeza foi-se embora... A raiva foi desaparecendo...
E o baú se transformou, como num passe de mágica, em um simples...
Baú.
Um Baú onde a menina passou a guardar seus tesouros:
Uma foto do papai e da mamãe.
O guarda-chuva da vovó. O
chapéu do vovô.
Um livro dos tios.
Brinquedos dos priminhos.
Bonecas das amiguinhas.
Desenhos para a terapeuta.
E o Baú se encheu de Magia,
De Harmonia,
De Fantasia,
E dia Dia!
Porque a noite... a noite passou!...
Era uma vez um baú.
Era uma vez uma menina e seu Baú.
E eles eram inseparáveis!
E era noite...
E a menina guardava tudo dentro de seu Baú: cadernos, bonecas, livrinhos, jogos, lápis, bichinhos de pelúcia, escovas, vestidos, sapatos, medos, mágoas, tristezas, raivas e...
- Espere aí! Medos, mágoas, tristezas e raivas?!
- E isso se guarda em Baú?...
Não sei... mas que a menina guardava... guardava! E o Baú ia ficando cada vez mais cheio.
E era noite...
E os pais a repreendiam.
- Larga desse Baú, menina! – gritava a mãe.
- Ah, vai logo brincar com seu Baú, vai, menina! – gritava o pai.
E cada vez que a menina levava uma bronca...
Ela guardava seus sentimentos no Baú.
E cada vez que a menina brigava com suas amiguinhas...
Ela guardava seus sentimentos no Baú.
E cada vez que a menina tinha medo do escuro...
Ela guardava seus sentimentos no Baú.
E era noite.
E cada vez o Baú ia ficando mais cheio, mais cheio, mais cheio.
Até que um dia o Baú encheu de vez. Não cabia mais nada!
Nem uma raivinha, nem uma bonequinha.
Nem uma tristezinha, nem uma escovinha.
Nem um medinho, nem um sapatinho.
E era noite.
E a menina teve que pedir ajuda à mãe.
- Vamos arrumar esse Baú, filha? – propôs a mãe.
E a menina e a mãe começaram a pôr ordem no Baú. Mas era muito trabalhoso!
E o papai começou a ajudar.
E a vovó começou a ajudar.
E o vovô começou a ajudar.
E os tios e as tias resolveram colaborar.
E os priminhos e as priminhas resolveram colaborar.
E os amiguinhos e as amiguinhas resolveram colaborar.
Veio até uma tal de terapeuta.
E o Baú ficou mais leve, mais leve, mais leve.
Os medos diminuíram... Da mágoa não se ouviu mais falar... A tristeza foi-se embora... A raiva foi desaparecendo...
E o baú se transformou, como num passe de mágica, em um simples...
Baú.
Um Baú onde a menina passou a guardar seus tesouros:
Uma foto do papai e da mamãe.
O guarda-chuva da vovó. O
chapéu do vovô.
Um livro dos tios.
Brinquedos dos priminhos.
Bonecas das amiguinhas.
Desenhos para a terapeuta.
E o Baú se encheu de Magia,
De Harmonia,
De Fantasia,
E dia Dia!
Porque a noite... a noite passou!...
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