Criando e contando histórias!...

Criando e contando histórias!...

Blog Literário


O objetivo deste Blog consiste na divulgação de textos literários e de atividades de contação de histórias da escritora Kate Lúcia Portela. Além do desejo de encantar, empolgar, emocionar, cativar, informar, formar, reformar e transformar este blog tem a finalidade de incentivar a prática da leitura prazerosa!... Aproveite o ensejo para conhecer um pouco mais sobre essa escritora, acompanhando algumas de suas atividades artísticas e culturais. Vale a pena conferir!...



segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Diário de Sherazade

Querido diário,
Certa vez, uma amiga informou-me de que haveria uma apresentação de contação de histórias na lona cultural de meu bairro.
Compareci, cheia de expectativas, mas me deparei com uma atriz lendo um livro para um grupo de crianças.
Não era contação de histórias; era leitura de histórias.
E há diferenças?
Certamente.
Na leitura de histórias devemos preservar as palavras escolhidas pelo autor, sendo totalmente fiéis ao que está escrito, mesmo porque algumas crianças acompanham as palavras no livro. Na contação de histórias, a trama sempre sofre pequenas modificações, já que nunca contamos uma história da mesma forma. Além disso, é possível usar objetos como dedoches, fantoches e outros para se contar a história, pois não há o compromisso de se segurar o livro nas mãos durante a apresentação.
Na leitura, as crianças veem as imagens do livro, na contação elas imaginam as cenas da história.
Na leitura, as crianças normalmente ficam sentadas bem próximas ao contador, para visualizarem o livro. Na contação, não há necessidade de tanta proximidade, em princípio. Alguns contadores usam até microfones parra plateias maiores.
Na leitura, só há a movimentação das folhas do livro. Na contação, podemos usar a expressão corporal para desenhar as imagens no ar.
A leitura de histórias envolve a existência de livro, a priori. Na contação, podemos usar um repertório da cultura e literatura oral.
É importante frisar que não se trata de eleger uma atividade como sendo melhor do que a outra. Ambas têm vantagens e desvantagens. Só não aconselho misturar as técnicas, claro.
Ler e contar são excelentes estratégias para se estimular a leitura dos livros e, sobretudo, a leitura de mundo.
Finalmente, ler e contar é só começar...

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Ana, Guto e o Gato dançarino

“A finalidade da arte é, simplesmente, criar um estudo da alma.” Oscar Wilde

Acabo de ler o fantástico livro de Stephen Michael King intitulado ‘Ana, Guto e o Gato Dançarino’.
Ana, uma artista plástica com medo de expor seus talentos para as pessoas.
Guto, o menestrel, o dançarino ousado, alegre, realizado.
Gato, o companheiro fiel dos espetáculos de Guto.
Quando se encontram, aprendem uns com os outros suas respectivas artes e transformam seu ambiente, anteriormente formado por pessoas ‘comuns’, previsíveis, imediatistas.
Ana ganha coragem de ser quem é.
A transformação é, igualmente, interna.
E não é esse o papel da Educação?
Transformar, compartilhar.
O papel da Arte na escola é fundamental.
Já não estamos mais numa época de supervalorização apenas da inteligência da lógica, da matemática e da linguagem.
Já não se fala em inteligência, mas em inteligências, como a musical, a corporal-cinestésica, a pictórica, a espacial, a interpessoal, a intrapessoal, a naturalista... consoante os estudos do teórico Gardner.
Essa perspectiva traz a valorização dos múltiplos talentos dos alunos e da diversidade de aptidões que carreiam consigo.
Podemos pedir que os alunos ilustrem poemas, conjugando a inteligência linguística com a pictórica.
Podemos pedir que os alunos transformem poesias em músicas, conjugando a inteligência linguística com a musical.
Podemos pedir que os alunos realizem debates sobre variados temas, conjugando a inteligência linguística com a interpessoal.
Os exercícios são infinitos...
Particularmente, gosto da arte engajada, da arte como um instrumento de denúncia social, de transformação da realidade.
Como Drummond, não gostaria de ser ‘poeta de um mundo caduco’...
Mas de um mundo onde houvesse espaço para as pessoas serem quem realmente são.
Conforme a adorável Ana e o encantador Guto.
E você?
Não gostaria de fazer parte desse mundo?
‘Vamos de mãos dadas’!...