Criando e contando histórias!...

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Blog Literário


O objetivo deste Blog consiste na divulgação de textos literários e de atividades de contação de histórias da escritora Kate Lúcia Portela. Além do desejo de encantar, empolgar, emocionar, cativar, informar, formar, reformar e transformar este blog tem a finalidade de incentivar a prática da leitura prazerosa!... Aproveite o ensejo para conhecer um pouco mais sobre essa escritora, acompanhando algumas de suas atividades artísticas e culturais. Vale a pena conferir!...



domingo, 30 de dezembro de 2012

O Caracol Bisonho

Era uma vez um caracol.
Tinha fama de bonzinho,
Distribuía carinho,
Em forma de presentinho.
Tirava tudo de sua casinha:
Advinha!
Um amor de bambolê,
Para quem gosta de pavê.
Um amor de carrinho,
Para quem gosta de casadinho.
Um amor de fantoche,
Para quem gosta de brioche.
Um amor de patins,
Para quem gosta de pudins.
Mas existia outro personagem nessa história....
Se não me falha a memória,
Havia um terrível monstrinho.
Detestava carinho.
Fazia malcriação,
Jogava lixo no chão.
Xingava palavrão.
Batia no cão.
Caracol queria amizade,
Mas o monstrinho era fina maldade.
Tinha o sorriso da Cuca.
O beijo da Medusa.
O abraço do Capitão Gancho.
O aperto de mão do Bicho Papão.
Mas o Caracol não via, não,
Pois não conhecia vilão.
Até que o monstrinho fez uma armação.
Espalhou boato,
Caracol era chato, ingrato.
Muitos acreditaram e o isolaram.
Caracol se trancou em casa, virou fumaça.
Virou cinza.
Amarelou.
Azulou.
Até que...
Em um novo dia,
Cheio de magia,
E de ousadia,
Caracol ganhou outras, outras cores:
Ficou Negrinho do Pastoreio.
Ficou Boto Cor-de-Rosa.
Ficou Branco de Neve.
Ficou Lanterna Verde.
Mas maduro, madurim...
Que nem fruta no pé.
Agora, sabia que existia cafuné,
E até chulé!...

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Sapo Sapeca

Era uma vez um sapo.
Mas não era desses sapos que viram príncipe.
Nem desses que têm chulé por não lavarem o pé.
Nem desses sapos que a gente engole para não brigar com os outros.
Ou desses que comem moscas nas lagoas.
Era um sapo sapeca.
Jogava peteca.
Comia panqueca.
Adorava boneca.
Tirava meleca, eca!
Gostava de mariola e de partida de bola.
Gostava de beijo docinho e de brincar com carrinho.
Gostava de boné e de manga no pé.
Gostava de ciranda e de rede na varanda.
Mas o sapo queria ver amigos nessa história...
Podia ser a Glória.
Ou a Vitória.
Podia ser o Hilário.
Ou o Januário.
Pena que não havia ninguém...
Nem um neném.
Só desdém.
Amigo?
Sapo sapeca só olhava pro seu umbigo.
Ninguém é perfeito.
Mas pra tudo existe um jeito.
Com carinho no peito,
Sapo sapeca aprendeu a ser doce.
Doce de abóbora para a Dora.
Doce de mamão para o Dão.
Doce de banana para a Adriana.
Doce de melancia para a Marília.
Doce de framboesa para Teresa.
E, finalmente, a história mudou...
Ganhou sabores,
E cores,
Amores!...
Amizade não é coisa de Marte,
É pura arte!...