Era uma vez uma princesa.
A princesa Cândida.
Ela era apaixonada por um príncipe.
Ela era apaixonada pela Vida.
Não necessariamente nesta ordem.
Ela conhecera o amado em uma visita que seus pais fizeram ao poderoso Rei Carlos, cujo filho era um príncipe enigmático. A princesa, porém, logo se tomou de amores pelo rapaz, que lhe pareceu bondoso, meigo e sensível.
Por muito tempo, o segredo do amor da princesa era guardar o amor em segredo. Até que um dia ela recebeu um convite para um baile que o príncipe estava oferecendo. Ele desejava escolher uma esposa. O coração de Cândida se encheu de esperança, mas o príncipe contava com várias pretendentes. No baile, cada princesa deveria apresentar um talento ao futuro marido.
Quando chegou o dia do baile, podia se sentir no ar o clima de rivalidade e disputa entre as princesas, cada qual se esforçando por aparecer mais do que a outra, tendo ocorrido mais de um caso de sabotagem.
O príncipe aplaudia todas as candidatas e sorria de modo sedutor e austero. Elas apresentavam números de canto, dança, teatro, poesia, mas que sempre acabavam resvalando para a sensualidade, a lascívia.
Finalmente, havia chegado a vez de Cândida.
Ela ajoelhou-se em frente ao príncipe, a uma pequena distância, mas permaneceu silenciosa e cabisbaixa, pois estava tomando coragem.
Passou-se um tempo.
Nada.
O príncipe fitava a princesa de maneira enigmática.
Nada.
O príncipe retirou a sua coroa, levantou-se do trono e aproximou-se da jovem.
- Qual é o seu talento?
Cândida, que estava tremendo, levantou-se lentamente, de modo que seus olhares se encontraram de maneira mágica.
- Eu te amo!...
Silêncio total.
O príncipe desviou o olhar, mui cuidadosamente.
Sorriu de forma enigmática.
E deu curso a uma afirmação.
- Dentre todas as princesas que se apresentaram nesta noite...
Cândida vislumbrou uma vida de felicidade plena ao lado de seu herói.
- Você é a única que eu jamais escolherei!
Silêncio total.
Aos poucos, foram se ouvindo as mil gargalhadas das outras princesas.
O príncipe passou a mão nos cabelos.
Cruzou os braços.
E fitou as outras princesas, evitando o olhar de Cândida.
Apenas fez um gesto, mandando a jovem embora.
Cândida deu três passos para trás.
E saiu correndo.
Então, a Vida lhe recebeu de braços abertos!...
domingo, 21 de novembro de 2010
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