Querido diário,
Sou uma contadora de histórias.
Inspiro-me em Sherazade. Ela salvou sua própria vida com o ato de contar histórias para o sultão, que superou o trauma da traição da esposa com o poder curador dos contos.
Por isso, acredito que todos – crianças, jovens, adultos e idosos – podem curtir o encantamento que envolve as histórias, pois após mergulharmos no universo mágico das tramas, voltamos para a superfície revigorados.
Gosto mais de contar histórias para as crianças. Elas vibram durante a contação, seus olhos ficam iluminados, o sorriso espontâneo e até o estranhamento de algumas me deixa comovida.
Já tive a oportunidade de contar histórias para adultos, mas foi diferente.Bom, mas diferente. Alguns adultos abrem mão de se envolver com a história para avaliar a performance do contador. Acho que perderam o contato com sua a criança interior...
Eu conto histórias porque eu acredito na Poesia da Vida.
Creio que precisa haver um espaço para a imaginação, para o lúdico. Por isso, além das histórias, eu e as crianças sempre desenvolvemos uma atividade juntos, envolvendo pintura, colagem, massinha, dobraduras... Tudo para que as crianças exercitem a sua criatividade e reflitam sobre as histórias.
Eu conto histórias usando todo o meu potencial criativo e intuição. Até onde sei não existem cursos profissionalizantes de contadores de histórias. Há, na verdade, pessoas que reconhecem o valor da leitura e se dispõem a fazer um trabalho de divulgação literária em escolas, hospitais, templos religiosos, asilos... Para isso, muitos participam de oficinas, simpósios, cursinhos, além de lerem sobre as possibilidades de atuação como narradores.
Sabe, tenho um sonho inusitado: eu queria ser como uma biblioteca viva!...
Gostaria de trazer histórias e mais histórias dentro de mim, para enriquecer o meu interior de magia e emoção. Por isso, conto histórias.
Isso é tão forte em minha vida que, quando passo por momentos de tristeza ou enfrento fracassos, vêm à minha mente cenas de meu trabalho como contadora de histórias. Então, me sinto forte, não obstante minha momentânea fragilidade.
Nossa, nem percebi! Estou contando a minha própria história...
Este meu diário será uma oportunidade para eu me conhecer mais, para poder atuar na sociedade com mais segurança e ser uma educadora incansável, com uma singela vocação para a Pedagogia do Amor!...
quinta-feira, 24 de março de 2011
segunda-feira, 21 de março de 2011
Um poeta dorminhoco
José construiu um barraco, e o bairro não tem saneamento básico...
Acorda, poeta!
José sofre com a doença da esposa, e não há médico...
Acorda, poeta!
José tem cinco filhos queridos, e não há escola para eles...
Acorda, poeta!
José trabalha com garra, e sem a garantia dos seus direitos legais...
Acorda, poeta!
José acredita no poder do voto, e as promessas não se cumprem...
Acorda, poeta!
José não está sozinho...
Muitos josés acordam o poeta,
Que escreve prontamente um título:
“POR UMA POESIA DA ESPERANÇA!”
Acorda, poeta!
José sofre com a doença da esposa, e não há médico...
Acorda, poeta!
José tem cinco filhos queridos, e não há escola para eles...
Acorda, poeta!
José trabalha com garra, e sem a garantia dos seus direitos legais...
Acorda, poeta!
José acredita no poder do voto, e as promessas não se cumprem...
Acorda, poeta!
José não está sozinho...
Muitos josés acordam o poeta,
Que escreve prontamente um título:
“POR UMA POESIA DA ESPERANÇA!”
sexta-feira, 11 de março de 2011
Contar histórias para os filhinhos...
"As crianças pedem a seus pais para lhes contarem histórias antes de dormir. A mãe que se relaciona todos os dias com seus filhos quase que exclusivamente por meio de palavras de ordem - 'Já fez alição?', 'Não deixa nada no prato!', 'Seu quarto está uma bagunça!', 'Não se esqueça de escovar os dentes!' - aparece de outra forma para as crianças quando, à noite, senta-se na sua cama para ler ou contar histórias. É uma outra voz, que se torna tranquila e harmoniosa. É um outro contato humano, num tom mais colorido, divertido, vibrante, misterioso. Da mesma maneira, quando um professor se dispõe a trazer um conto para seus alunos, pode estabelecer um contato com eles, poderíamos dizer de imaginação para imaginação, no qual esta mesma qualidade viva se apresenta de modo insubstituível."
(MACHADO, Regina. "Acordais: Fundamentos teórico-poéticos da arte de contar histórias". São Paulo: DCL, 2004)
(MACHADO, Regina. "Acordais: Fundamentos teórico-poéticos da arte de contar histórias". São Paulo: DCL, 2004)
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