Não conheci as notas,
A mim, só restaram as moedas...
Não comi as refeições,
A mim, só restaram as migalhas...
Não fui ao teatro,
A mim, só restaram os panfletos...
Não bebi o refrigerante,
A mim, só restaram as latinhas...
Não curti o cinema,
A mim, só restaram os letreiros...
Não frequentei a escola,
A mim, só restaram papéis amassados...
Não tive emprego,
A mim, só restaram as ruas...
Mas...
A todos restou a Morte,
Que arrebata os homens sem distinção!...
quarta-feira, 27 de abril de 2011
sexta-feira, 22 de abril de 2011
quinta-feira, 14 de abril de 2011
Diário de Sherazade II
Querido diário,
Hoje, contei uma história sobre a dona Árvore para uma turma do 3º ano. Gostei muito da experiência, pois houve muita interação por parte das crianças.
De fato, todos participaram muito da história. Elas imitaram animais que eu introduzi na narrativa de propósito. Teve cachorro, gato, cavalo, galo, macaco... Parecia uma sinfonia do zoológico. Rsrsrs!
As crianças adoraram e se divertiram bastante!...
No começo, eu ficava insegura com as chamadas intromissões, que são, na verdade, participações. Isso acontecia porque eu praticamente decorava toda a história (tenho boa memória). Então, quando uma criança participava espontaneamente, eu ficava meio perdida para lhe dar atenção sem perder o fluxo narrativo.
Essas experiências me fizeram reconhecer o valor das participações e passei até a programá-las para enriquecer a contação.
Conforme esclareci, eu mesma introduzi os animais na história, pois detectei uma brechinha para isso na parte em que se tratava de besouros, abelhas... Faço isso sem nenhum problema, pois me considero, como contadora de histórias, uma coautora dos contos que escolho, ou dos contos que me escolhem... Rsrsrs!
Às vezes, a experiência de não contar a história, em suas minúcias, gera uma ansiedade em mim. Sinto-me transgredindo um roteirinho. Parece paradoxal. Introduzo elementos na história com naturalidade, mas omitir palavras, expressões ou detalhes me causa angústia.
Hoje, gaguejei numa palavra. Isso me deixa triste, pois parece que fica evidente uma fragilidade minha ou parece que por um momento se quebra o encantamento da história.
Será que estou sendo muito exigente comigo mesma?...
Em uma oficina de contação de histórias, minha professora esclareceu que só preciso saber os fatos principais da narrativa e o restante pode ficar por minha conta. Essa orientação também está em um livro que estou lendo.
Preciso relaxar e curtir mais a dança das palavras e o ritmo dos gestos que a história evoca.
Quero fazer isso com cada vez mais desenvoltura!
Hoje, contei uma história sobre a dona Árvore para uma turma do 3º ano. Gostei muito da experiência, pois houve muita interação por parte das crianças.
De fato, todos participaram muito da história. Elas imitaram animais que eu introduzi na narrativa de propósito. Teve cachorro, gato, cavalo, galo, macaco... Parecia uma sinfonia do zoológico. Rsrsrs!
As crianças adoraram e se divertiram bastante!...
No começo, eu ficava insegura com as chamadas intromissões, que são, na verdade, participações. Isso acontecia porque eu praticamente decorava toda a história (tenho boa memória). Então, quando uma criança participava espontaneamente, eu ficava meio perdida para lhe dar atenção sem perder o fluxo narrativo.
Essas experiências me fizeram reconhecer o valor das participações e passei até a programá-las para enriquecer a contação.
Conforme esclareci, eu mesma introduzi os animais na história, pois detectei uma brechinha para isso na parte em que se tratava de besouros, abelhas... Faço isso sem nenhum problema, pois me considero, como contadora de histórias, uma coautora dos contos que escolho, ou dos contos que me escolhem... Rsrsrs!
Às vezes, a experiência de não contar a história, em suas minúcias, gera uma ansiedade em mim. Sinto-me transgredindo um roteirinho. Parece paradoxal. Introduzo elementos na história com naturalidade, mas omitir palavras, expressões ou detalhes me causa angústia.
Hoje, gaguejei numa palavra. Isso me deixa triste, pois parece que fica evidente uma fragilidade minha ou parece que por um momento se quebra o encantamento da história.
Será que estou sendo muito exigente comigo mesma?...
Em uma oficina de contação de histórias, minha professora esclareceu que só preciso saber os fatos principais da narrativa e o restante pode ficar por minha conta. Essa orientação também está em um livro que estou lendo.
Preciso relaxar e curtir mais a dança das palavras e o ritmo dos gestos que a história evoca.
Quero fazer isso com cada vez mais desenvoltura!
quinta-feira, 7 de abril de 2011
domingo, 3 de abril de 2011
Grãos de areia
Era uma vez um mestre que ministrava lições em verdadeiras montanhas do conhecimento. Lá, os discípulos o seguiam nas trilhas do estudo e da meditação ao ar livre.
O sol da sabedoria penetrava a alma dos discípulos, aquecendo sonhos e ideais que se desvendavam um após o outro.
As histórias do mestre eram como pássaros que posavam em seus ombros, dando asas à imaginação e fantasia de muitos.
Havia plantas de esperança embelezando a paisagem moral que o mestre descortinava com o poder de seu exemplo.
Contudo, havia pedras no caminho...
Alguns discípulos preguiçosos se recusaram a subir a montanha do conhecimento.
Eles se negavam a apreciar amplos panoramas e preferiam sua visão limitada.
Desafiaram o mestre.
Zombaram de seus ensinamentos.
Mas o mestre não se perturbou, pois sabia que uma tempestade se aproximava.
Desabou uma forte chuva, com relâmpagos e trovões.
O mestre e os outros discípulos abrigaram-se nas cavernas de seu conhecimento.
Durante o vendaval da vida, os discípulos rebeldes se acusaram mutuamente por conta das dificuldades.
Temeram.
Choraram.
Sofreram.
Até que se reinventaram ao se recordarem justamente das lições do mestre.
Então, eles começaram a cantar e dançar na chuva.
O mestre e os outros discípulos deixaram a caverna para participar da festa.
Após o ensinamento de vida, todos subiram juntos a montanha do conhecimento.
Desde então, a história do mestre tem se repetido, com variações, ao longo da vida de muitos professores, nas escolas de nosso país, onde as lições se assemelham a grãos de areia, sem os quais, sabemos, não existiriam as montanhas...
O sol da sabedoria penetrava a alma dos discípulos, aquecendo sonhos e ideais que se desvendavam um após o outro.
As histórias do mestre eram como pássaros que posavam em seus ombros, dando asas à imaginação e fantasia de muitos.
Havia plantas de esperança embelezando a paisagem moral que o mestre descortinava com o poder de seu exemplo.
Contudo, havia pedras no caminho...
Alguns discípulos preguiçosos se recusaram a subir a montanha do conhecimento.
Eles se negavam a apreciar amplos panoramas e preferiam sua visão limitada.
Desafiaram o mestre.
Zombaram de seus ensinamentos.
Mas o mestre não se perturbou, pois sabia que uma tempestade se aproximava.
Desabou uma forte chuva, com relâmpagos e trovões.
O mestre e os outros discípulos abrigaram-se nas cavernas de seu conhecimento.
Durante o vendaval da vida, os discípulos rebeldes se acusaram mutuamente por conta das dificuldades.
Temeram.
Choraram.
Sofreram.
Até que se reinventaram ao se recordarem justamente das lições do mestre.
Então, eles começaram a cantar e dançar na chuva.
O mestre e os outros discípulos deixaram a caverna para participar da festa.
Após o ensinamento de vida, todos subiram juntos a montanha do conhecimento.
Desde então, a história do mestre tem se repetido, com variações, ao longo da vida de muitos professores, nas escolas de nosso país, onde as lições se assemelham a grãos de areia, sem os quais, sabemos, não existiriam as montanhas...
Assinar:
Postagens (Atom)