“Os verdadeiros analfabetos são aqueles que aprendem a ler, e não leem”. Com essas palavras, extraídas de um poema intitulado Cartaz para uma feira de livros, Mário Quintana elucidou a importância do hábito de leitura e, por conseguinte, do livro no Brasil. Afinal, os livros consubstanciam o ideal do “saber”, tão necessário ao desenvolvimento de uma nação forte e soberana.
Nem sempre as pessoas tiveram acesso aos livros, no Brasil, tal como ocorre no século XXI, em que a população conta com sebos, bibliotecas e livrarias a seu dispor. Os livros, antigamente, eram um artigo de luxo, destinados às pessoas mais abastadas que sabiam ler. Tratava-se de uma exclusão que privava muitas pessoas de ampliar seus conhecimentos e desenvolver o senso crítico.
Hoje, a importância do livro no Brasil é indiscutível. Como ferramenta de instrução, o livro possibilita a formação de cidadãos conscientes de seus direitos e deveres, de pessoas mais bem formadas e informadas. Sem o livro, a Educação ficaria sem a sua própria alma.
Assim, a Educação não pode prescindir do livro, pois, como afirmou Monteiro Lobato, uma nação se faz com homens e livros; com homens instruídos, portanto. Não se trata apenas dos necessários livros didáticos, mas também de outros livros que estimulem, igualmente, a criatividade e despertem o sabor que está contido, etimologicamente, no saber.
As bibliotecas, no país, devem se multiplicar ainda mais, a fim de que o acesso aos livros não seja privilégio de uma minoria. Deste modo, como verdadeiro instrumento de democratização do saber, o livro cumprirá o seu papel de assegurar o progresso intelectual de quantos lhe procurem, ávidos por aprimorar seus conhecimentos.
Os livros são capazes de despertar a paixão naqueles que leem. Lembro o caso de um amigo que estava se sentindo angustiado na faculdade, cansado de ler tantos “pedaços de livros”, imerso a um saber fragmentado, e que um dia deparou-se com uma imagem, estampada em um livro, que o fez recuperar o gosto pela leitura. Tratava-se de uma biblioteca em ruínas, bombardeada pelos nazistas, por ocasião da Segunda Guerra Mundial. O que chama a atenção na capa desse livro é o fato de haver, nessa mesma biblioteca, três homens, devidamente trajados e portando seus elegantes chapéus, consultando as obras, como o fazemos em tempos de paz. O livro, intitulado A paixão pelos livros, era pleno de textos de D’Alambert, Chalámov, Drummond de Andrade, Gustave Flaubert, Plínio Doyle, Jonh Milton, Montaigne, Petrarca, Mindlin, entre outros. Esse livro trata justamente da relação amorosa que se estabelece entre o livro e seus leitores, dessa paixão capaz de acenar para a paz, mesmo em meio a terrível confronto armado.
Na atual era da informática, nem mesmo o computador foi capaz de substituir o papel do livro na sociedade deste século, como difusor de conhecimentos gerais. Conectados aos livros, de mais fácil acesso inclusive, é possível apreender informações e saberes que irão potencializar o desenvolvimento dos indivíduos nos níveis intelectual e pessoal.
Não apenas os livros devem ser lidos. Tudo o que está a nossa volta deve ser decifrado, pois, como afirmou Paulo Freire, a leitura do mundo precede a leitura da palavra. Mas, sabemos, o mundo está contido nos livros. Assim, quem lê a vida e lê o livro decodifica o mundo duas vezes. E é preciso ler e reler o mundo para ser um agente transformador, ou um leitor transformador: um mundo de livros para todos...
domingo, 15 de maio de 2011
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