Era uma vez uma garota que falava uma língua diferente. Ela se chamava Norminha.
Por isso, muitas pessoas a acusavam de maltratar a gramática do português.
Essa menina vendia ‘chicretes’, no sinal, fazendo malabarismos para ‘os freguês’, pois ela vivia na corda bamba.
― Ei, você está falando errado! ― disse um menino da janela de um carro.
― Eu tô falano do jeito que os pessoal me ensinou! Eu nunca não fui pra escola...
Um dia, essa jovem conheceu uma professora, que compreendia sua língua.
― Você parece uma poetisa da Literatura de Cordel!... ― disse a professora.
― Tia, os pessoal tudo diz que sou uma ingnorante, que meu português é errado...
A professora aproximou-se da menina.
― Uma criança estar nas ruas, e não na escola, é errado!
A menina se sentiu gente com aquela defesa.
― Discriminar as pessoas, por quaisquer razões, inclusive linguísticas, é errado!
A professora recordou-se de seu poema preferido.
― Como diria o poeta, o português são dois... Eu quero ensinar a você o outro português que você não conhece...
A garota adotou a professora.
Então, ela simplesmente abandonou as ruas e conheceu a escola.
quarta-feira, 15 de junho de 2011
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