quarta-feira, 14 de novembro de 2012
Alberto e Bernardo
“É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã.” (Renato Russo)
Você conhece a história de Alberto e Bernardo?
Ela está registrada no livro infantil “Eles que não se amavam”.
Havia, entre esses personagens, um abismo.
Eles se odiavam e seu ódio se espraiou por suas famílias, amigos, conhecidos.
Até que veio a guerra, a destruição.
Mas eles terminam por fazer um pacto de papel, para assinarem um acordo pela paz.
Assinado pelo coração.
Essa história, do escritor e contador de histórias Celso Sisto, é um convite para refletirmos sobre a paz, nas nossas salas de aula.
A violência atual é, realmente, uma calamidade e tem atingido inclusive as escolas. Existe toda uma cultura de agressão, desde a verbal até a física, entre professores, entre alunos e entre professores e alunos.
A saída, como sempre, é a educação, a conscientização.
E livros como esse podem ser usados para fundamentar debates.
Ou cantigas de roda como “o Cravo e a Rosa”.
Ou poemas como este de Mário Quintana:
“Guerra
Os aviões abatidos
são cruzes
caindo do céu.”
Já pedi que alunos do 6º ano ilustrassem esse poema e o resultado me surpreendeu: uma aluna desenhou os aviões, que se chocavam e formavam cruzes que compunham os túmulos.
Então, podemos falar de algumas guerras diárias: em casa, no trânsito, nas filas dos bancos, nas salas de aula, nos supermercados, nos bares...
Conheço uma música que diz ‘a paz no mundo começa em mim’.
Podemos citar Gandhi, como um exemplo de alguém que lutou pela paz, por uma cultura de não-violência. Pesquisar sua biografia, assistir a um filme sobre sua vida.
É interessante usar a tela “Guernica”, de Pablo Picasso, cujo tema é o bombardeio sofrido pela cidade espanhola de Guernica em 26 de abril de 1937 por aviões alemães, apoiando o ditador Francisco Franco.
Enfim, dialogar, nas salas de aula do Brasil, com as múltiplas manifestações artísticas que retratam a dicotomia guerra × paz.
E mostrar que a arte pode ser engajada, com um compromisso de transformar o mundo, nem que seja nosso mundo interior.
Eu proporia uma reescritura da história de Celso Sisto, a partir da mudança do título:
Eles que se amavam...
Entre eles, certamente existiria uma ponte.
Sejamos, como professores, uma ponte entre os alunos e o conhecimento, entre os alunos e o mundo da cultura, entre os alunos e o mundo da ética!
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