quarta-feira, 26 de junho de 2013
Ouvido e orelha do Vitinho
Era uma vez um ouvido de bebê.
Era uma vez uma orelha de bebê.
Nunca se viram.
Mas um sabia do outro.
O ouvido amava a orelha.
A orelha amava o ouvido.
E sonhavam em se casar...
Em viver um do lado do outro,
Como dois olhinhos de bebê.
E acostumaram-se a escutar as mesmas coisas...
Músicas para bebês que mamãe cantava.
Histórias para bebês que papai contava.
E o bebê chorava:
Buá, buá, buá.
E o bebê sorria:
Quiá, quiá, quiá.
E o amor do ouvido
E da orelha era feito de barulhos poéticos:
Barulho do milho virando pipoca.
Barulho de apito de criança.
Barulho de cantigas de roda.
Barulho de beijinhos estalados.
E o amor do ouvido
E da orelha era feito de ruídos poéticos:
Ruído do papelzinho que o bebê rasga.
Ruído da chuva fina que cai na terra.
Ruído da gargalhada do palhaço.
Ruído do latido de um cãozinho serelepe.
Mas era no silêncio que o ouvido e a orelha se diziam:
“Eu te amo”.
O ouvido.
A orelha.
Juntos.
O ouvido e a orelha.
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