Criando e contando histórias!...

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Blog Literário


O objetivo deste Blog consiste na divulgação de textos literários e de atividades de contação de histórias da escritora Kate Lúcia Portela. Além do desejo de encantar, empolgar, emocionar, cativar, informar, formar, reformar e transformar este blog tem a finalidade de incentivar a prática da leitura prazerosa!... Aproveite o ensejo para conhecer um pouco mais sobre essa escritora, acompanhando algumas de suas atividades artísticas e culturais. Vale a pena conferir!...



sexta-feira, 22 de julho de 2011

O Vestido Azul (adaptação de Kate Lúcia Portela)

Era uma vez Celeste.
Ela era uma menina muito inteligente, meiga e simpática que morava numa cidadezinha do interior, em um bairro muuuuito pobre.
Ela estudava em uma escola, onde havia uma professora muito especial, que cantava sempre para que seus alunos se vestissem de fantasia!
“Abelhinha que dá o mel, raio de sol que ilumina o dia, gota d’água que mata a sede, também quero servir a vida. Rá... rá... rá... vou trabalhar, rei... rei... rei... semearei, ri... ri... ri... com alegria, rou... rou... rou... com muito amor.”
Mas, porém, no entanto, contudo, todavia, entretanto havia um problema nessa história.
Celeste costumava ir para a escola toda sujinha, com roupas esfarrapadas.
Essa situação tocava o coração de sua professora.
Então, ela começou a economizar um dinheirinho para ajudar a sua aluna e, após um tempo, comprou um lindo vestido azul para Celeste.
A menina ficou tão feliz, mas tão feliz que foi correndo para casa contar a novidade para a mãe. A mãe de Celeste lavava roupa pra fora. Já acordava no tanque, vivia no tanque.
Quando Celeste chegou até sua casa e mostrou o vestido azul para sua mãe, a lavadeira ficou tão feliz, mas tão feliz que prometeu a si mesma que, a partir da daquele dia, sua filha jamais ficaria sujinha de novo. Ela deu um banho na filha e colocou nela o vestido azul. Celeste sentou-se no sofá e ficou esperando o pai voltar do trabalho.
O pai de Celeste era vendedor de lenços. Ele vendia lenços para os tristes, para os gripados, para os suados.
Quando ele chegou até sua casa e viu a filha toda cheirosa e usando o vestido azul, ele ficou tão feliz, mas tão feliz que prometeu a si mesmo que, a partir daquele dia, a filha não moraria mais em uma casa sujinha. Ele combinou com a esposa de darem uma faxina na casa. Fez mais. Passou a cuidar do jardim, arrumou a cerca do quintal e pintou a casa toda com restinhos de tinta colorida que ganhara. A casa ficou uma graça!
Uma vizinha que ia passando achou a casa linda e ficou tão feliz, mas tão feliz que prometeu para si mesma que, a partir daquele dia, sua casa também ficaria limpinha e graciosa como aquela casa que estava diante de seus olhos.
Uma senhora que ia passando sentiu o perfume das flores do jardim da casa e ficou tão feliz, mas tão feliz que prometeu para si mesma que, a partir daquele dia, cuidaria muito bem de suas rosas.
Em pouco tempo, todo o bairro estava transformado!
Um político que ia passando no local ficou tão admirado com os esforços daquela gente, que resolveu ajudar. Ele conversou com o prefeito, que ficou tão feliz, mas tão feliz que prometeu para si mesmo que, a partir daquele dia, os interesses do povo seriam a prioridade de seu governo.
Ele investiu em saneamento básico, segurança, esporte, saúde, educação, cultura. Mandou construir escolas, hospitais, teatros, museus, salas de cinemas...
Com o tempo, o bairro ganhou ares de cidadania e o povo ficou tão feliz, mas tão feliz que todos comemoraram com a Festa do Azul Celeste!...

Um comentário:

GLEYSON ASSIS disse...

Esse texto é muito bom!

Não têm mais textos novos, esse Blog está parado!