“- Em que é que você está pensando, Tistu?
- Estou pensando que o mundo podia ser bem melhor do que é.”
Era uma vez um menino do dedo verde.
Verde, símbolo da natureza.
Verde, símbolo da esperança.
Tistu transformou a cidade de Mirapólvora em Miraflores, com seu dom de semear flores onde quer que tocasse.
A obra de Maurice Druon é calcada em várias antíteses: guerra x paz, morte x vida, tristeza x alegria, humanidade x angelitude.
É interessante frisar que esse menino tão especial simplesmente dormia nas aulas.
Aulas?
Jaulas.
Tistu passa a estudar com o jardineiro Bigode e com o gerente da fábrica de canhões, o Senhor Trovão.
E aprende, fazendo.
E aprende, vivendo.
Aprende a aprender.
Tistu é uma criança que protege os adultos.
Do abandono.
Do desespero.
Da rejeição.
Do desamor.
O menino do dedo verde escreve poesias no ar.
E evoca o cheiro da terra molhada.
E evoca o canto dos pássaros.
E evoca o sabor agridoce.
E evoca o aperto de mãos.
E evoca a visão do arrebol.
Capaz de encantar os alunos, capaz de lhes ensinar lições sobre o respeito à natureza, a busca da paz e da fraternidade.
Trabalhar com esse livro na sala de aula significa abrir as portas da escola para uma mensagem constituída de valores universais que enriquecerão o repertório moral e intelectual dos alunos.
Como professora, eu faria com meus alunos uma maquete da cidade de Mirapólvora e outra da cidade de Miraflores.
Faria dobraduras de flores com eles, como tulipas e rosas e enfeitaria a sala de aula com elas.
Transformaria os dez dedinhos de Tistu em personagens: como se relacionaria o dedo verde com os outros dedos? Haveria colaboração? Haveria competição?
Proporia a produção de um texto sobre a escola de Tistu, com base, igualmente, na frase de Rubem Alves: “Há escolas que são gaiolas e há escolas que são asas”.
Estimularia a criação de outros personagens: como seria o menino do dedo azul, do dedo amarelo e do dedo vermelho?
Enfim, curtiria, e muito, todas essas brincadeiras literárias, com meus alunos.
E se Tistu semeava flores, como professora, quero semear ideias!...
domingo, 15 de janeiro de 2012
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