Criando e contando histórias!...

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Blog Literário


O objetivo deste Blog consiste na divulgação de textos literários e de atividades de contação de histórias da escritora Kate Lúcia Portela. Além do desejo de encantar, empolgar, emocionar, cativar, informar, formar, reformar e transformar este blog tem a finalidade de incentivar a prática da leitura prazerosa!... Aproveite o ensejo para conhecer um pouco mais sobre essa escritora, acompanhando algumas de suas atividades artísticas e culturais. Vale a pena conferir!...



quarta-feira, 4 de agosto de 2010

O pescador de homens

Gabriel queria aproveitar suas férias ao lado do avô.
Eles foram pescar em um belo sítio. Varas, anzóis, iscas e mais iscas.
Avô e neto permaneciam em silêncio, para não espantar os peixes, até que a revelação sobre uma filosofia de vida se refletiu na água doce de suas vidas.
― Gabriel, meu neto, você sabia que eu sou um pescador de homens?...
O menino coçou a cabeça.
― Não entendi... ― falou o garoto.
O avô do menino sorriu e ajeitou seu chapéu.
― Rapazinho, há muitas iscas no mundo: ambição, orgulho, hipocrisia, egoísmo, bondade, simplicidade, humildade, generosidade, solidariedade. Os pescadores de homens procuram usar apenas as iscas boas, para instruir os homens na ciência do Bem.
― Mas, vô, o homem sempre pode escolher a isca que quer provar na sua vida?...
― Certamente, mas nem todas as iscas alimentam a alma, por isso devemos tomar cuidado...
Gabriel admirava as águas caudalosas do rio.
― Quem ensinou essas lições pra você, vô?
― Um homem que caminhava sobre as águas!... ― esclareceu o avô.
Gabriel ficou admirado e o avô deu prosseguimento à lição.
― Algumas vezes, ocorrem tempestades que agitam o nosso barco interior. Nós tememos os ventos, os trovões, os raios. Mas este Mestre acalma as tempestades da vida!...
O rapazinho lembrou-se de seu drama pessoal.
― Eu não me dou bem com meu pai...
― Eu não me dava bem com seu pai... ― disse o avô.
O garoto fitava o pescador de homens com enorme interesse.
― O que você fez, então?
― Eu lancei a isca do Amor e...
O avô sentiu mexer a vara de pesca.
― E então, vô?...
― O peixe mordeu a isca!...
O avô recolheu o peixe das águas da vida.

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