Eu sou o filho.
Para mim, essa história começou quando conheci o Velhinho do Pomar, pois, neste instante, eu compreendi que a vida é um presente de Deus.
Eu estava passeando entre as árvores de um belo pomar, próximo à casa de campo de uma amiga de minha mãe, quando apareceu um velhinho muito simpático.
― Rapazinho, você precisa ver a árvore do conhecimento linguístico!...
Eu não articulei nenhuma palavra, mas ele parecia ler meus pensamentos.
― Não se preocupe, você vai me entender. Venha comigo!...
Acompanhei o ancião. Em pouco tempo, estávamos diante de uma frondosa árvore, cujos frutos tinham cores diferentes.
Fiquei maravilhado.
Ele colheu uma fruta do pé e a ofereceu para mim.
Eu nunca havia saboreado uma fruta tão suculenta, capaz até de desmanchar na boca, com um perfume que duplicava o prazer de degustá-la.
Então, minha boca se encheu de palavras.
― Obrigado! Nem sei como agradecer a você por me trazer até a árvore do conhecimento linguístico e...
De repente, me dei conta do grande acontecimento.
― Ei, eu, eu estou falando!...
Pulei de alegria.
― Agora, o papai vai voltar para casa!...
O Velhinho do Pomar fitou-me enternecido.
― Seus pais não fizeram um bom uso das palavras, e isso foi o que mais os distanciou e desestruturou sua família...
Eu estava atento a cada frase do meu amigo.
― Leve essas sementes e plante-as no quintal de sua casa, está bem?
Recebi um saquinho com sementes coloridas. Apanhei um punhado na mão e fiquei admirando-as cheio de encantamento. Quando dei por mim, o ancião havia desaparecido misteriosamente.
Corri para casa.
Minha mãe ficou emocionada quando me viu.
― Quero voltar para casa, para nosso lar, mamãe!
Regressamos no dia seguinte.
Contudo, descobrimos que o papai tinha viajado para outro país, havendo deixado apenas uma mensagem na secretária eletrônica.
Plantei as sementes da árvore do conhecimento linguístico no quintal de minha casa e fiquei surpreso ao observar que ela crescia muito rapidamente, até que começou a dar frutos.
Então, papai voltou de viagem.
― Papai!...
Ele ficou comovido.
― Pedrinho, meu filho!...
Nunca tinha visto papai chorar, nunca tinha visto mamãe chorar.
― Vocês dois precisam conversar...
Pronto, acabei falando o que eu queria.
Meus pais concordaram comigo.
Resolvi ir para o meu quarto, pois eu queria fazer uma oração por minha família.
Após certo tempo, voltei à sala, mas meus pais estavam conversando no quintal, bem próximos à árvore do conhecimento linguístico, de modo que pude ouvir um trecho de seu diálogo. Papai e mamãe falavam como se um completasse o outro.
― ... Eu sei que eu fui egoísta, por isso ...
― ... Cometi muitos erros mas...
― ... eu preciso do uma nova chance, já que agora...
― ... me transformei interiormente, e...
― ... eu acredito que possamos ser felizes, sempre...
― ... estarei me esforçando para que vivamos em paz!...
Fiquei intrigado com o fenômeno linguístico.
Será que eles teriam provado o fruto da árvore das linguagens?...
Eu não estava nem acreditando que meus pais decidiram ficar juntos novamente. Precisava dar a maravilhosa notícia aos meus amigos...
quarta-feira, 30 de novembro de 2011
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